A comunicação desenvolve um papel central na vida de cada pessoa. Por essa razão, a responsabilidade de quem atua nas áreas da comunicação vai muito além da imparcialidade. O papel da comunicação, com a globalização e com o processo de ampliação dos mercados, também se modificou. Hoje, comunicar é muito mais que divulgar em jornais, TVs e rádios, consequentemente o trabalho nessa área também foi ampliado, tornando os processos de comunicação mais criteriosos, exigindo profissionais mais preparados.
Para falar sobre essa necessidade de preparação dos profissionais de comunicação e sobre o mercado da comunicação, a Revista Gente e Negócios entrevistou a Relações Públicas, Mestre em gestão, desenvolvimento e cidadania e docente da Unijuí, Márcia Formentini, que comentou também sobre a importância da profissionalização da comunicação e da estruturação da comunicação no contexto empresarial.
Sabemos que a comunicação é vista por muitos, apenas como divulgação de notícias através das rádios, TVs e jornais e hoje, a comunicação vai muito, além disso. De que forma a cultura da comunicação pode ser introduzida em empresas de pequeno e médio porte, visto que as grandes organizações já estão se inserindo nesse contexto?
Precisamos desmistificar o conceito de que a comunicação é algo aplicado somente em grandes corporações. Percebemos cada vez mais um mercado constituído de pequenos e médios empreendimentos que, com o passar dos tempos, sentem a necessidade de investir em comunicação de forma cotidiana, assim como em qualquer outra área. Nossas empresas precisam entender o processo da comunicação e os resultados que a área/profissionais apresentam no curto/médio e longo prazo.
Ainda, precisamos enxergar a comunicação para além dos meios/veículos. Esse é um espaço importante para comunicar, mas não o único. Acredito que esse é um trabalho de todos nós - profissionais da área - que precisamos mostrar e fazer a diferença nas empresas que atuamos, dando a real dimensão dos processos comunicacionais que podem ser inseridos aos segmentos organizacionais, de forma planejada, estratégica e com resultados positivos.
Sendo a comunicação uma ciência, a profissionalização dela se faz necessária? É preciso que as pessoas que atuem nessa área freqüentem uma universidade?
Com certeza a profissionalização da comunicação é tão importante quanto qualquer outra área do conhecimento. As empresas, o mercado enfim, não concebe mais uma comunicação feita de forma amadora e/ou por amadores.
Sabemos que muitos dos profissionais que ainda atuam no mercado não freqüentaram um Curso Superior em Comunicação Social, porém, precisamos destacar que quando falamos em Jornalismo e Relações Públicas, nos referimos a profissões regulamentadas/reconhecidas por lei, e que, portanto, somente deveriam atuar profissionais formados nessas áreas.
Muitas pessoas atuam na área de comunicação sem ter formação. Algumas delas desempenham bem esse papel, mas outras não. Qual é a diferença de um profissional formado, daquele que desenvolveu ao longo do tempo trabalhos em cima da prática apenas?
Acredito que é na universidade que formamos profissionais melhor preparados para atuar na profissão, não só tecnicamente, mas com conhecimentos gerais que dão um suporte teórico-prático capaz de fazer a diferença no mercado de trabalho. Os profissionais que desempenham suas funções apenas voltados para a prática acabam, muitas vezes, não conseguindo mostrar realmente a importância e a contribuição que uma comunicação efetiva e responsável pode agregar às organizações.
A visão que muitas empresas (seja de comunicação ou outros ramos) têm com relação à comunicação é que o trabalho profissionalizado tem um custo elevado. Sabemos que em determinadas ações isso realmente acontece, mas esse investimento garante um retorno mais rápido e eficaz para as empresas? Por quê?
Com certeza investir em comunicação tem um custo, mas acredito que as empresas precisam entender que esse é um investimento com retorno, algo que, dentro do curto/médio ou longo prazo (dependendo das ações realizadas) agregará valor à empresa. O “tamanho” do investimento deve ser proporcional ao tamanho da empresa, ou seja, empresas maiores investem mais.
Uma questão fundamental quando nos referimos à comunicação diz respeito a adequação dos investimentos, ou seja, focar as ações, priorizar projetos e definir bem os nossos públicos. Assim, com certeza, o retorno acontece com maior eficácia e rapidez.
Hoje as universidades que oferecem o Curso de Comunicação Social formam Bacharéis em Comunicação Social. O foco dos cursos mudou devido o mercado exigir profissionais mais completos, que tenham conhecimento da comunicação como um todo?
Na verdade temos hoje no país currículos diferenciados – alguns mais voltados para a técnica e outros preocupados com a teoria aliada à prática acadêmica, que é o caso do currículo do Curso de Comunicação Social da Unijuí, que forma um profissional com conhecimentos de todo o processo comunicacional – focado na gestão - independente da habilitação (jornalismo, publicidade e propaganda, relações públicas).
Podemos sim observar uma tendência dos cursos quanto a adequação ao perfil exigido pelo mercado, que busca profissionais mais completos e melhor preparados para atuar nos processos comunicacionais das diferentes organizações.
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